Lições Bíblicas CPAD
Jovens
4º Trimestre de 2015
Título: Estabelecendo
relacionamentos saudáveis — Vivendo e aprendendo a viver
Comentarista: Esdras Costa
Bentho
Lição 6: Relacionamento
sentimental
Data: 8 de
Novembro de 2015
TEXTO DO DIA
“[...] O solteiro cuida das coisas
do Senhor, em como há de agradar ao Senhor” (1Co 7.32b).
SÍNTESE
Relacionamentos corretos e saudáveis
são bênçãos do Senhor sobre o cristão que decide agradar a Deus ainda jovem.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Gn 2.18-24
O casamento instituído por Deus
TERÇA — 1Co 7.25-36
Recomendações aos jovens solteiros
QUARTA — Pv 30.18,20
O mistério do encontro
QUINTA — 2Sm 13
Os desatinos da paixão doentia e
pecaminosa
SEXTA — Ct 7.6,7
O verdadeiro amor entre homem e
mulher
SÁBADO — 1Co 6.18-20
Fugir de toda impureza
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
· REFLETIR sobre
os sentimentos e maturidade afetiva;
· COMPREENDER a
relação entre paixão e razão;
· RECONSIDERAR relacionamentos
problemáticos.
INTERAÇÃO
Como ficou demonstrado nas lições
anteriores, nossas lições não tratam do relacionamento como algo separado da
constituição do ser humano e da vida. Ele não é um “departamento”, uma
“divisão”, um “setor privado” que não se comunica com o ser integral, ou que
dele pode ser distinguido, seccionado ou separado. Mesmo pessoas consideradas
maduras são capazes de reagir de modo imaturo em determinada circunstância do
relacionamento. Toda decisão nos relacionamentos afeta o ser humano total e não
apenas uma parte dele.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor,
use a argumentação a seguir no subtópico “Maturidade afetiva”. “A maturidade
afetiva é obtida no processo da educação e vida humana. Há pessoas avançadas em
idade (maturidade cronológica) que ainda não alcançaram a maturidade afetiva, e
ainda que raro, pessoas jovens que demonstram maturidade nas decisões pessoais
e nos relacionamentos afetivos. Todavia, é necessário afirmar que a maturidade
afetiva designa um ponto de referência na educação integral do ser humano que
nunca é atingido de maneira plena e conclusiva, mas que, embora observável em
algumas pessoas, se constrói na caminhada da vida”. Terminada a argumentação,
ministre o subtópico. Ao terminar, solicite à classe exemplos de personagens
que demonstraram maturidade afetiva e outros que foram egoístas em seus
relacionamentos. Analise os personagens. Agora você está preparado para o
próximo assunto.
TEXTO BÍBLICO
1 Coríntios 13.1-7.
1 — Ainda
que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como
o metal que soa ou como o sino que tine.
2 — E
ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a
ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os
montes, e não tivesse amor, nada seria.
3 — E
ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda
que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me
aproveitaria.
4 — O
amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade,
não se ensoberbece,
5 — não
se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não
suspeita mal;
6 — não
folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 — tudo
sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje, há uma profunda
crise de identidade, agravada pela falta de maturidade e responsabilidade
afetiva. O que muitos jovens conhecem sobre afetividade, sentimento e amor são
extraídos dos péssimos e pecaminosos modelos disseminados pelas novelas, filmes
e revistas sobre a vida dos famosos. Pouco se encontra na sociedade acerca de
exemplos de amor e relacionamentos afetivos corretos e bíblicos. Os jovens não
encontram bons e sadios exemplos de masculinidade e, as jovens, muito pouco de
feminilidade. Nesta lição estudaremos a respeito dos relacionamentos afetivos
corretos e bíblicos.
I. “O AMOR É LINDO!” (1Co 13)
1. Os sentimentos constituem o ser
(Fp 2.2,5; 3.15,16). O ser humano foi criado por
Deus constituído de um conjunto de sentimentos saudáveis e corretos que
espelhavam a natureza santa do próprio Senhor (Gn 1.26-28; 2.18-25). Foi no
relacionamento amoroso, gracioso e acolhedor de Deus com o homem no Éden, que a
criatura humana dimensionou o reflexo da imagem do Senhor em si mesma. Ele era
um ser integral e perfeito porque o seu Criador assim o era (Gn 17.1; Dt
18.13). Deste modo, o homem estava perfeitamente integrado ao Criador, consigo
mesmo, o outro e com a criação. Seus sentimentos expressavam essa harmoniosa
relação.
2. A corrupção dos sentimentos (Rm
1.18-32). Todavia, com a entrada do
pecado no mundo (Rm 5.12), o homem e a mulher passaram a experimentar
sentimentos conflitantes: cobiça e medo (Gn 3.6,10), culpa e vergonha (Gn
3.11), egoísmo e desconfiança (Gn 3.12,13). Afastados voluntariamente do
Altíssimo, ambos tornaram-se espiritualmente alienados (Rm 3.23) e mutilados em
seu caráter, personalidade e sentimentos (Rm 1.18-32). Somente retornando a
Deus por meio de Cristo (Cl 1.15; Rm 8.29; Hb 1.3), o homem pode refletir o
caráter e sentimentos originários em Deus, ou seja, a mesmíssima imagem
refletida no Filho (Ef 4.24; 2Co 3.18; 2.14-16; Rm 5.12-21; 1Co 1.30-31).
3. Maturidade afetiva (1Co 13; Ef
5.1-6.9). A dimensão afetiva no ser
humano perpassa toda sua existência, seja biológica, seja psíquica ou
espiritual (1Ts 5.23). Certos especialistas atribuem à alma, ou ao nível
psíquico, as experiências afetivas — emoções e sentimentos —, contudo é o
sujeito inteiro que as experimentam. Todo o ser é afetado e não apenas uma de
suas constituições. Deste modo, o amor deve animar e guiar todos os
relacionamentos, principalmente os sentimentais (1Co 13.7). É o amor que nos
conduz à maturidade de nossas emoções, sentimentos e relacionamentos corretos
(1Co 13.4-5). Ele nunca falha (v.8).
Pense!
Na criação, os sentimentos do homem
refletiam a perfeição divina.
Ponto Importante
Os cristãos, regenerados em Cristo,
devem refletir a imagem de Cristo.
II. APAIXONADO, NÃO ILUDIDO (Rm 14.13;
2Tm 2.22)
1. Paixão e razão (2Sm 13). A paixão se caracteriza por um forte
sentimento que se manifesta na pessoa pelo desejo irrefreável de algo. Em si
mesma e em boa medida ela não é prejudicial, uma vez que está presente nos
relacionamentos sentimentais. Todavia, a paixão tem como objetivo a satisfação
que procede da necessidade do próprio indivíduo e, por isso, tende a ser
egoísta, coisificar e instrumentalizar o outro, como no caso de Amnom (2Sm 13).
Fatores bioquímicos explicam a euforia, o humor, ansiedade e obsessão pela
pessoa a qual se está apaixonado e a tendência de se perder a razão por causa
da atração (Gn 38.14-19; Jz 14.1-3). Por isso, atender as orientações paternas
ajuda a equilibrar as emoções (Pv 4.1-10).
2. Os desatinos da paixão pecaminosa
(2Sm 13; 1Ts 4.5). Amnom estava obcecado por
Tamar, sua meia-irmã (vv.1,4). Embora o termo original “amou-a” ('āhab) tenha vários sentidos (Gn 22.2;
24.26; 34.3), aqui se refere ao forte afeto emocional e ao desejo sexual
desenfreado (vv.11-14). Nesse sentido, a paixão é considerada pecado (1Ts 4.5).
A angústia de Amnon (v.2) traduz o “aperto” e “aflição” psicológicos que ele
sofria pela impossibilidade de obter Tamar (v.2). A trama hedionda incluía
dissimulação, fingimento, mentira (v.5) e, ironicamente, conforme o termo
hebraico (lebhibhoth), a preparação de bolos em formato de coração
(v.6). Depois de cumprir seu intento contra a vontade da jovem, ele a desprezou
(vv.15-16,22).
3. Discernindo o amor e suas formas
(1Co 13). Nem sempre é fácil discernir o
amor verdadeiro de uma mera atração, da paixão, da amizade ou do desejo. Isto,
porque em um relacionamento sentimental existe a presença de cada um deles.
Vejamos:
a) Philia. Designa a amizade sincera, na qual age o amor
interpessoal e o respeito de uma pessoa para com a outra (Hb 13.1). É um amor
que exige reciprocidade, mas na qual também atua o interesse pelas qualidades
da outra. Tem estreita relação, embora distinto, com storge — a afeição natural entre
membros de um núcleo familiar.
b) Eros. Refere-se ao amor como desejo, na qual pode
estar presente ou não o “desejo sexual”. Entendido corretamente, erosnão é por si mesmo pecaminoso (Gn
26.8). Ele está presente em várias situações da vida amorosa de um casal (Ct
4). Contudo tende a ser egoísta e desregrado, principalmente quando coisifica e
instrumentaliza a outra pessoa (2Sm 13; Gl 5.19; Pv 7.6-27).
c) Ágape. Trata-se do amor com que Deus ama, sendo Ele
próprio Amor (1Jo 4.16-21). É o amor sacrifical de Cristo (Jo 15.13; 2Co 5.14)
e o novo mandamento (Jo 15.12). O cristão vive esse amor de modo imperfeito,
pois somente o amor de Cristo é completamente gratuito e perfeito (Ef 3.19).
Deste modo, essas dimensões do amor
são necessárias ao amadurecimento do sujeito, mas devem coexistir em equilíbrio
para o fortalecimento das relações sentimentais verdadeiras e sinceras.
Pense!
O
amor deve ser vivido em suas dimensões afetivas: “philia”, “eros” e “ágape”.
Ponto Importante
O amor “eros” tende a coisificar e
instrumentalizar o outro, cuidado!
III. CORAÇÃO PARTIDO, ESPERANÇAS
DESPEDAÇADAS (Mt 7.9-11)
1. Atração fatal (Pv 7.6-27; 2Sm 13;
Jz 16). Sentir-se atraído pelo sexo
oposto faz parte da constituição humana e, corretamente entendido, é saudável e
necessário (Gn 2.24; Pv 30.18,19). Porém o erotismo pecaminoso e as modernas
formas de encontros sexuais e sentimentais mediados pela internet têm sido
“rede de pecado”, e “laço de morte” para os jovens (Pv 13.14). Não são poucos
aqueles que tiveram seus corações partidos e as esperanças despedaçadas, e até
mesmo alguns que perderam suas vidas devido os encontros marcados às escondidas
dos pais. Fuja de toda forma de impureza sexual! Seu corpo é templo do Espírito
Santo (1Co 6.18-20). Não caia no laço do Diabo (1Tm 3.7; Sl 116.3; 141.9).
“Amor” virtual é uma fantasia perigosa.
2. Reconstruindo o coração partido
(2Sm 13.19-22; Pv 18.19). Reconstruir
um coração partido não é imediato. Leva-se tempo, paciência e resignação. E
dependendo do caso, haveria necessidade de ajuda especializada. Portanto, é
melhor prevenir-se contra relacionamentos ruins e esperar no Senhor (Sl 42.5;
43.5). Veja o caso de Tamar, após o terrível “encontro”, sentiu-se humilhada,
rejeitada e ferida (v.19 ver 2Sm 14.27). A cura das feridas emocionais leva
tempo e as cicatrizes permanecem por toda vida. Ninguém deseja um
relacionamento afetivo que traga dores sentimentais, rusgas familiares e às
vezes até o afastamento da pessoa dos amigos e da comunidade da fé. Esses
elementos são excelentes ingredientes para avolumar os romances, instigar a
leitura, favorecer a trama e criar um best-seller, mas na vida que
é real causam decepções, tristezas e infindáveis desgostos. Deixemos essas
aventuras somente para a arte, a literatura e para a ficção.
3. Propósitos para além de um
relacionamento. Muitos jovens cristãos estão
decididos a se casarem, ao preço de suas vidas e virtudes. Andam atrás de sua
cara-metade nas redes sociais, e para isso criam nicknames (apelidos),
perfis falsos, perdem tempo com chat de relacionamentos, entre
outros recursos mentirosos e fantasiosos (Pv 27.20). A possibilidade de
magoarem-se e se ferirem é muito maior do que a de conquistarem um amor
duradouro e verdadeiro. Isto não quer dizer que não seja possível encontrar
amigos e relacionamentos afetivos sérios nas redes sociais. Sabe-se que a rede
social tem sido um canal útil para algumas pessoas encontrarem parceiros e
amigos com os mesmos gostos e afinidades e, a partir desse conhecimento
preliminar, desenvolverem um relacionamento afetivo maduro e responsável.
Todavia, é preciso tomar muito
cuidado ao procurar nos sites de relacionamentos alguém para compartilhar seus
segredos e sua vida. O perigo está sempre à espreita, uma vez que do teclado à
vida real existe muita diferença, e se a pessoa não perceber rapidamente esses
perigos pode amargar por muito tempo. Assim, não considere que os relatos
positivos sejam em si mesmo um motivo a mais para “cair de cabeça” nesses sites
em busca de relacionamentos afetivos. Na maioria das vezes, as fotos dos perfis
são melhores do que o “original”, e as palavras virtuais doces e românticas são
laços e redes que escondem uma má intenção. É preciso cuidado e discernimento!
Espere no Senhor, porque Ele deseja a tua felicidade! (Sl 128.1; 20.5).
Pense!
É
possível ser curado das feridas emocionais, mas o que fazer com as cicatrizes?
Ponto Importante
Dê preferência a um relacionamento real
ao fantasioso.
CONCLUSÃO
Os relacionamentos sentimentais que
proveem da bênção do Senhor sobre a vida do jovem cristão são construtivos e
levam à maturidade afetiva, ao crescimento pessoal, e a comunhão com Cristo.
Eles são presentes divinos aos jovens que permanecem fiéis ao Senhor (Sl
119.9).
ESTANTE DO PROFESSOR
GEORGE, Jim. Um Jovem Segundo
o Coração de Deus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
ROSS, Michael. Cresci e Agora? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
HORA DA REVISÃO
1. Como
o homem dimensionou o reflexo da imagem de Deus em si mesmo?
No relacionamento amoroso, gracioso e acolhedor de Deus com o homem no
Éden.
2. Como
o homem pode refletir mais uma vez os sentimentos originários em Deus?
Retornando a Deus por meio de Cristo.
3. Por
que a paixão tende a ser egoísta e coisificar o outro?
Porque tem como objetivo a satisfação que procede da necessidade do
próprio indivíduo.
4. Descreva
os três tipos básicos de amor.
Philia (amizade), Eros (desejo), Agápe (amor).
5. É
pecado sentir-se atraído pelo sexo oposto? Justifique.
Não, pois faz parte da constituição humana e, corretamente entendido, é
saudável e necessário.
SUBSÍDIO
“Como proteger o seu coração da
paixão
Vem como uma gripe. As palmas das
suas mãos transpiram. Você sente frio e arrepios. O seu rosto fica quente e a
sua boca, seca. A cegueira perturba a visão dos seus olhos. E quando ela vem
para perto, você age de modo delirante, gaguejando — as poucas palavras você
pode dizer... Um dia, tudo o que você pode fazer é sonhar com Lisa; no dia
seguinte, ela é mais parecida com um pesadelo [...].
Estes conselhos deterão suas emoções
e o ajudarão a manter uma perspectiva equilibrada.
a) Lembre-se de que você ainda é
jovem; você tem tempo de sobra antes de se casar e muito para aprender antes
disso.
b) Compreenda que você provavelmente
não vai encontrar a sua futura esposa na escola de Ensino Fundamental ou Médio.
c) Aprenda por intermédio dos seus
conhecimentos. Comece a conhecer a Stacie, se você estiver interessado nela,
mas mantenha isso no nível da amizade.
d) Converse com alguém mais velho e
mais sábio a respeito dos seus sentimentos de paixão arrebatadora. Essa pessoa
será capaz de lhe dar alguns critérios para dizer se você está perdidamente
apaixonado ou mais do que isso” (ROSS, Michael. Cresci e Agora? 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2013, p.100).
FONTE: http://estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2015/lbj-2015-04- 06.htm